TRI. Esse é um dos tópicos que mais confunde – e assusta – os alunos em suas preparações para os vestibulares que adotam essa metodologia de correção de prova, como o ENEM e o INSPER. É por causa da Teoria da Resposta ao Item (TRI) que você pode acertar menos questões que o seu amigo e, mesmo assim, tirar uma nota melhor que ele. Então, se você quer entender como esse “tal TRI” funciona, leia esse artigo até o final.
Suponha que um determinado vestibular conta com 30 questões de matemática: 10 fáceis, 10 médias e 10 difíceis.
Agora veja esses 3 alunos, o Charles, o Júlio e o Gabriel nessa prova.
– O Charles, excelente aluno, fez toda a sua preparação com afinco, acompanhando todas as aulas, resolvendo as respectivas listas, fazendo revisões espaçadas e realizando todos os simulados. No dia da prova, ele conseguiu acertar todas as 10 fáceis, as 10 médias, mas errando todas as 10 difíceis. Total de 20 acertos.
– Já o Júlio, também bom aluno, no dia da prova, cometeu diversos erros por falta de atenção, acertando apenas 5 das fáceis. No entanto, ele conseguiu acertar as 10 médias e 5 das difíceis. Total de 20 acertos.
– Por fim, temos o Gabriel, um aluno que pouco se preparou para o vestibular, nunca acompanhou as aulas e nem fez nenhum simulado mas, por um golpe de extrema sorte, no dia da prova, acertou, por puro chute as 10 médias e as 10 difíceis (errando todas as fáceis). Total de 20 acertos.
Agora vamos utilizar esse exemplo para entendermos como funciona a TRI:
1. Fórmula “Anti-chute”
Se pararmos para pensar, não faz muito sentido um aluno acertar todas as difíceis e errar todas as fáceis. Logo, a TRI é uma fórmula “anti-chute” à medida que detecta isso e diminui um pouco a nota daqueles alunos que realizam uma prova muito “sem lógica”. Dessa forma, Charles seria premiado com uma nota muito boa por ter feito uma prova tão coerente, à medida que o Júlio seria prejudicado e o Gabriel mais ainda.
2. Erros de atenção custam caro
O problema dessa lógica “anti-chute” é que ela faz com que erros de atenção custem muito caro. Talvez o Júlio fosse tão preparado como o Charles mas, por alguns deslizes no dia da prova, possa ter a sua pontuação bastante prejudicada. Então, tome sempre bastante cuidado na sua prova e cuidado para não cair nos distratores, principalmente em questões fáceis!
3. Básico bem feito
Um dos pontos positivos da TRI é que você não precisa saber a “nota de rodapé do capítulo”, nem saber a questão mais difícil da prova. Ao realizar um vestibular coerente, fazendo o básico bem feito e tomando cuidado para não cometer erros por falta de atenção, o aluno tem boas chances de se sair bem na prova, sendo auxiliado pelo TRI.
Ah, mas cuidado!
Muitas vezes os alunos pensam “Droga, acertei uma questão difícil, isso vai prejudicar a minha TRI”. No entanto, esse é um raciocínio equivocado, pois acertar SEMPRE é bom. Na verdade, o problema não está em acertar a difícil, mas errar a fácil. Ou seja, acertar a difícil continuará agregando à sua nota, apenas não tanto quanto agregaria caso a fácil também tivesse sido feita corretamente.
Assim, de acordo com a TRI, Charles ficará em primeiro, Júlio em 2° e Gabriel em 3°.
Agora que você entendeu a TRI, busque analisar os seus simulados anteriores e as notas que você obteve de acordo com a quantidade de questões que acertou!